Por Mario Berti, presidente da Fenacon
‘Acompanhamos as decisões de nossos clientes e mostramos saídas’
Os últimos anos não foram fáceis para o Brasil e os brasileiros. Os escândalos políticos trouxeram consequências econômicas e sociais de forte impacto, como o aumento da inadimplência, dos índices de desemprego e do endividamento da população. Em decorrência da crise, muitas empresas fecharam as portas ou caminharam para a informalidade. Nesse cenário, o setor de serviços foi bastante penalizado.
Segundo a edição mais recente da Pesquisa Demográfica de Empresas, divulgada em outubro passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil fechou mais companhias do que abriu em 2015. Enquanto 708,6 mil empresas entraram no mercado, 713,6 mil não resistiram e encerraram os trabalhos. As que sobreviveram enfrentaram períodos de intensa dificuldade.
Em setembro de 2017, por exemplo, a Receita Federal do Brasil notificou 556,1 mil pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional sobre a possibilidade de exclusão do regime tributário por falta de pagamento de impostos. A maioria precisou escolher entre ficar em dia com as obrigações fiscais ou manter os funcionários.
Existem ainda aquelas que perderam competitividade. De acordo com o IBGE, o volume de empresas de alto crescimento caiu 10,9% entre 2014 e 2015, passando de 31,2 mil para 25,7 mil em todo o país. Os números são negativos, mas poderiam ser piores. As perdas não são maiores graças ao esforço dos proprietários de grandes e pequenos negócios e à atuação das assessorias contábeis.
O investimento em gestão especializada, competente e completa fez muita diferença nesse cenário. Ao longo de todo o período de crise, os empresários contábeis caminharam ao lado de seus clientes, acompanhando a tomada de decisões e mostrando saídas. Buscamos renegociar de dívidas, melhores alternativas tributárias e reduzir custos operacionais e financeiros. Atuamos também na área política e legislativa.
A Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), com o apoio dos 37 sindicatos que compõem o Sistema Fenacon Sescap/Sescon, trabalhou pela desburocratização de processos. Apoiamos a implantação do eSocial, a criação do Programa de Regularização Tributária e seguimos em busca do Refis para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs).
Somando todas as iniciativas – individuais e coletivas –, contribuímos para a manutenção de muitos negócios e, por isso, temos muito o que comemorar neste dia 12 de janeiro, o Dia do Empresário Contábil. Depois de um 2017 desafiador, com pequenos sinais de avanço e de recuperação econômica, nos permitimos acreditar na retomada do crescimento em 2018.
Este ano, sentiremos os primeiros impactos da Reforma Trabalhista, que traz mudanças importantes para a modernização das relações de trabalho, como a prevalência do acordado sobre o legislado. Por outro lado, o novo texto prevê o fim da contribuição obrigatória, principal fonte de recursos do sistema sindical brasileiro. Com essas alterações, mais do que nunca será preciso investir em diálogo, integração e planejamento.
Como já defendi em outras oportunidades, ressalto: diante da nova legislação, somente um sistema sindical forte será capaz de fazer todas as negociações que beneficiem empresas e empregados e ajudem no desenvolvimento do país.
presidente@fenacon.org.br
fonte: fenacon